20/06/2015

De porre

Estou de porre da vida
Por tanta mentira e falsidade;
Se quem estenda a mão amiga
Só o faz por crueldade!

Estou farto da estupidez
Estampada em quem me olha
Com tal despropósito e insensatez
Como se canalhice estivesse em voga!

Estou de porre com o mundo,
Quero distância de tudo
Por ver tantos vagabundos
Ficarem por cima dos lucros!

Estou farto de tanta imbecilidade
Orientada por quem é incapaz,
Preciso de distância da mediocridade!
Quero paz!

0uro de tolos

Todo homem é inocente
Até provarem o contrário
Mas muitos viram delinquentes
Pela falta de trabalho!

Todo homem é bom
Até o momento fatal
Porém, o discurso muda de tom
Com a injustiça social!

Todo homem tem dignidade
E luta para mantê-la
No entanto, as regras da sociedade
Sempre o leva a perde-la!

Todo homem luta por amor
E crê na justiça divina
Contudo, ao gerar tanto rancor
Ele compromete a própria sina!

Todo homem sabe que deus
É o supremo dom da terra
Mas na arrogância se perdemos
A ponto de inventar a guerra!

Todo homem sabe que um dia
A justiça vira para todos
E punirá a injustiça e hipocrisia
Na busca pelo ouro de tolos!

Inimigos

Não são os meus inimigos que me preocupa
Mas, sim, os amigos com tapinhas nas costas
E as falsas promessas de ajuda
Tendo nas mãos uma arma que não se mostra!

Aos meus inimigos tenho gratidão
Pois conheço a todos e sei que são sinceros,
Já com os amigos que me estendem a mão
Se não se importam deles nada quero!

Quando aqui alguém me elogia
Sei que logo vou cair
Pois a falsidade e hipocrisia
É só para iludir!

Em meus inimigos eu confio
Pois sei o quanto me querem mal,
Logo, ele não tem um sorriso vazio
E posso ver em suas mãos um punhal!

Já dos meus amigos fiéis
Destes, confesso, tenho medo
Pois, eles me roubam os anéis
E por prazer me cortam os dedos!

Agradeço a deus pelos inimigos que tenho
A caminho de casa e do trabalho
Pois, dos amigos nem sei se me defendo
Porque onde eles estiverem nada valho!

Portas abertas

Eu vou conseguir um emprego melhor,
Vou lutar e vou vencer
Não tenho intenção e vou vencer
Não tenho intenção de ficar só
Tenho medo de viver!

Eu vou construir um sonho maior
No qual caiba meus ideais,
Se alguém sofrer não deixarei só
No entanto não me prenderei mais!

Posso ser feliz com tudo que promete
E farei tudo ao meu alcance
Não há nada que a vida me negue,
Inclusive vou viver um grande romance!

Não me envergonho dos meus sentimentos
Pois aprendi muito com meus erros,
E hoje sei que meus pensamentos
É minha força contra o medo!

Não me amedronto nem me iludo
Pois o homem é o que pensa
E aprendi a falar mais ficando mudo
Construindo assim minha recompensa!

O mundo está de portas abertas
E meu está na minha mão
Pois tenho a palavra certa
Para dar minha emoção!

Tesão

Não sei o que você quer de mim,
Mas sei muito bem o que quero de você
Por isso se não estiver afim
E melhor nem me envolver!

Não quero passear pelas calçadas
Contando estrelas no firmamento!

Quero sentir sua pele
Colada, suada na minha
Num tesão que a tudo se adere,
Chupar sua uva em sua vinha!

Quero passar minha boca
Por suas partes proibidas
Numa fúria doce e louca
Em pequenas e pausadas arremetidas!

Quero flutua com você
Por céus e mares nunca antes visitados
Em um desejo e ânsia que pode fazer
Ficarmos um ao outro colados!

Quero desse jeito pela manha
Lhe dar um beijo e partir
E você como boa anfitriã
Com jeitinho nem me deixa sair!

Ninguém é melhor que você

Passaram dois dias e seis anos
Enquanto procurava feito louco
Sem ver que neste oceano
Ainda não fora criado um porto!

Passaram tantas horas e tantos dias
E não consigo rever
Tendo um coração em agonia
Porque ninguém é melhor que você!

As flores da estrada
murcham todas sem esperança
Enquanto que com a cos embargada
Chorava feito criança!

Perderam o brilho as estrelas
Desde o dia em que se foi
Mas se antes não dava para percebe-las
Como então chora-las depois ?!

Tantos minutos e tantas horas
E ficou a vagar este sonho
Com a mesma angustia de ontem, hoje e agora
Para que chorar o que componho?

Sei agora o que acontece
Mas não há nada que possa fazer
Por tudo que a vida oferece
Ninguém é melhor que você!

O país de hoje

O país tem esperança
Depois de vinte e um anos,
É o país - criança
Com novos e velhos planos!
Entra um sai outro
No quadro político social,
Enquanto isso o povo
Reconstrói seu ideal!
Enquanto o mundo se consome
Com guerras e desrespeitos
O país crê no homem
Que traz a liberdade do povo no peito!
O país de hoje não chora
Apesar de tudo que ocorreu
Pois, a “mão de ferro” de outrora
De nossas cabeças desapareceu!
O país é cultura,
Luta e esperança,
E ainda fará de sua fartura
O brilho nos olhos das crianças!
O país de hoje tem chuva
Mas, seca é o que não falta,
Porém, o povo faz músicas
E sua fé nelas exalta!
A liberdade despontou
Por trás das cortinas ilusórias
E nitidamente o povo gritou
Marcando a página da história!
O país de hoje gritará:
“paz por todo o universo!”
E a arte há de se encontrar
Fazendo da vida um verso!
Pelo país de hoje eu grito
Por querer o povo feliz
E contemplaremos o infinito
Esquecendo a amarga cicatriz!
Digo por mim
E por nós
Que tudo na vida tem um fim
Mas, gravaremos a nossa voz!
Salve a liberdade
O ideal dos ideais
Agora tornando em realidade
O sonho dos nossos ancestrais!
Agora não tenho mais medo
De caminhar sob o brilho roubado da lua
Pois viver não é mais segredo
E a liberdade é o canto nas ruas!

Remorso

Eu nunca deveria ter cantado
O seu olhar do modo que cantei,
Eu sequer deveria ter olhado
Para você do jeito que olhei!

Você nunca verá ninguém
Que a tenha visto como eu a vi,
Tampouco encontrará alguém
Que a queira como sempre a quis!

Eu nunca deveria ter cantado
O amor da maneira que cantei,
O certo seria ter-me calado
Sem mostrar o quanto chorei!

Eu não deveria ter aberto a boca
Para lhe sussurrar aos ouvidos
Porquê minha voz meia rouca
Deturpou todo o sentido!

Eu desconhecia que a saudade
Feria tanto o coração,
Logo eu que por vaidade
Nunca aceitei a emoção!

Eu nunca deveria ter amado
A você como eu a amei
Porquê agora amargurado
Percebo o quanto me enganei!

Linhas

As paralelas da minha vida
Passam tão longe de mim
Que passa dor, chega ferida,
Mas, nunca têm um fim!

As tangentes dos meus sonhos
Passam tão longe do meu olhar
Que nem mesmo os versos que componho
Conseguem se encontrar!

As retas de minha emoção
São tão frágeis e quebradiças
Que ao toque de minha mão
Se mesclam a minha vida!

As convergentes de minha tez
São tão sofridas e amargas
Que as evito com lucidez
Fugindo em passadas largas!

As congruentes de minha boca
Fogem de tudo o que digo
Com uma fúria tão louca
Que não percebo os perigos!

Os raios que me partem
São fortes e direcionados
Que dentro de mim interagem
Feito dardos envenenados!

Naja

A música da qual gosto
Só é audível por você,
E é nela que eu mostro
O quanto a posso querer!

O mundo é frio e desumano,
Mas, estou pronto para lutar
Pois, a força com a qual a amo
É a que me faz tudo superar!

Nas vagas nas quais navego
Meu farol é seu olhar
A qual luz eu me entrego
Antes mesmo de chegar!

A música na qual você viaja
Só é audível por mim
Atraindo-me feito naja
Com um magnetismo que não tem fim!

O mundo em si é violento
E você a tudo superará,
Pois, lhe dou meu sentimento
Na mais sublime forma de amar!

Nas ondas da maré
Busco por você entre recifes e corais,
E mesmo não sabendo quem realmente você é
Desesperado eu lhe procuro mais!

Enquanto se espera a morte

Vou cantando por aí
Como quem não quer nada
Se chorei, se sorri
É só consequência de caminhada!

Ajudando a quem posso
Lutando mesmo que seja contra algo incrível,
Fazendo tudo que gosto,
Claro se for possível!

Acreditando na vida
Fazendo o meu caminho
Sem perder a fé na sorte,
E se há dor ou ferida,
Tropeço ou espinho
É só enquanto espero a morte!

Para despedir da vida.
Seguindo o caminho dos loucos
Fazendo o que não foi feito
Tentando reprimir o sufoco
Que trago dentro do peito!

Esquecer o passado jamais
E mesmo partindo não é fácil perdoar
Sabendo que a vida não volta atrás,
Logo não serei eu a pagar!

Não há tristeza,
Muito menos rancor,
Apesar de certa a despedida
E ainda tenho a firmeza
De crer que ainda há amor
Para despedir da vida!