12/05/2012

Grito.

Eu sou aquele que no tempo
Perdeu o trem e o bonde.
Aquele cujo sentimento
Ninguém sabe porque se esconde!

Voando nas asas do sonho,
Sou por certo a emoção
Que no papel componho,
Livre de coação!

Sou até, quem diria,
A ode de um tempo gasto,
Vagando dia-a-dia.
Passo!

Navego triste e sozinho,
Feito quem tem fome
De amor e de carinho.
Bicho-homem!

Não gosto muito de doce,
Pois o vinho da vida é amargo!
E hoje vivo como se eu fosse
Um bêbado à procura de um trago!

Grito feito louco desesperado,
Pedindo por socorro.
É inútil, não há ninguém do meu lado.
Então, morro!

Página 18 do Livro Cisne Negro - Editora Scortecci - 1992.

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