27/12/2010

A Mosca.

Estava ele alegremente morto
Quando a mosca pousou no seu pé
E eles não tiravam os olhos do rosto
De sua bela e doce mulher!

A mosca, feito todas, rodopiou
E pousou em seu joelho.
Por duas vezes sobrevoou
E o ciúme o deixava vermelho!

A mosca continuou voando
E pousou em sua barriga,
E eles ali paquerando
Enquanto ele mal perdera a vida!

A mosca foi à janela,
Depois voltou ao seu peito,
E eles ali olhando para ela,
Deixando o finado insatisfeito!

A mosca de novo voltou,
Pousando na sua cara.
Foi então que alguém falou,
Ecoando em toda a sala:

- Que vocês paquerem do falecido a esposa,
Eu até nem me incomodo,
Mas espantem esta maldita mosca
Antes que ela entre no nariz dele! E logo!



Página 37 do Livro Cisne Negro - Editora Scortecci - 1992.

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