24/12/2010

Cópia.

Meu corpo flutua
Num auge que não me pertence,
Sinto que posso ir à lua,
Porque a dor a mim não vence!


Percebo que sou imortal
Na realidade diária e chata
Sob a qual sou ferido por um punhal
Arremessado por mão ingrata!

A dor não me afeta,
Mas a lágrima me fere,
E o fato de ser poeta
Dos outros não me difere!

Inverto a posição
E de xerox sou xerocado
Com tal zelo e perfeição
Bem melhor que o original ofertado!


Acabou-se a fé,
Mas não saio do caminho,
E venha de onde vier
Fortaleço o meu carinho!

Tantas palavras ao vento
Aprisionadas no papel,
Por saber que os sonhos e os sentimentos
São os de todos, menos os meus!



Página 40 do Livro Cisne Negro - Editora Scortecci - 1992.

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